O melhor e o pior do show bizz!!!

BeFunky_B&wblogbackEssa lista pintou numa mesa de boteco (no Bar Léo, para ser mais exato) durante um papo sobre o (nem sempre) “glamour” do show bizz… Aí vai o limite entre o Paraíso e o Show de Horror…

As 10 mais do show de horror:

01 – Empresas locadoras desorganizadas (nada melhor do que cabos limpos, microfones que funcionem, nossos mapas de palco nas mãos, contatos telefônicos, etc.);

02 – Técnicos das próprias destruídos (ninguém merece dormir nas tampas dos cases ou no caminhão… Vida longa aos nossos fiéis escudeiros);

03 – O Fantasma da energia elétrica insuficiente (já vi piscar a luz da roda gigante do parquinho quando se tocava o bumbo da bateria no palco), para que nunca mais eu tenha que viver o horror de ver o cara do gerador correndo atrás de mim pela arena com um caibro, porque eu pedi o meu caldo de cana com abacaxi e limão!!!;

04 – O aterramento do palco (interferência, choques nas estruturas, equipamento em risco nunca são bem vindos);

05 – Line check (ou melhor, a falta dele, pois é terrível parar a passagem de som no meio para correr atrás de canais trocados e vias que não funcionam…);

06 – House mix no lugar errado (nem o mais iluminado espírito consegue mixar com a house a uma distância de 75 m do palco);

07 – O PA montado errado (como diria Jorge Dias, passarinho não gosta de som alto, e se gostar provavelmente vai estar dormindo na hora do show, sem falar nas telas “catastrofônicas” na frente das caixas…);

08 – Rampa do palco (nada como uma carga que entra e sai do palco com facilidade, para que nossos bravos carregadores não precisem fazer milagres);

09 – Chuva (por mais abençoada que seja, o palco inundado, tudo molhado nos cases, técnicos cobertos com lona cor de laranja, caminhão atolado, etc, é um verdadeiro inferno);

10 – Luz de serviço (ou melhor, a falta dela é para fechar com chave de ouro… Experimente desmontar e guardar um rack de in-ears com a lanterna na boca e com todo mundo batendo cabeça no palco, pra não falar nas nossas canelas nas bordas dos cases)…

As 10 mais do Paraíso:

01 – Uma banda afiada e de bem com a vida;

02 – Uma produção competente;

03 – Um público fiel e insano;

04 – Tudo acontecendo no horário previsto;

05 – Ninguém da equipe com a cara feia no stage;

06 – Tudo soando exatamente como na passagem de som;

07 – Um camarim honesto, sem sanduba de metro, sem paredes e tetos vibrando com a falta de discernimento (e repertório) no botão de volume do DJ da festa;

08 – Todos no palco fazendo apenas o que tem que ser feito e nada além disso;

09 – Nossos bravos carregadores dispostos no final do show;

E e, finalmente 10 – um bom chuveiro pra pegar a estrada de novo, pois ninguém merece aquele chuveirinho conta-gotas depois de uma longa noite de rock’n’roll (assim que encontrarmos o motorista da van em alguma das 20 barracas de churros e espetinhos da feira)…rsssssssssssssss!!!

Um abraço!!!

(Photo by Sandra Carrillo)

Concepção de Monitor pode ser híbrida sim!!!

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E aí galera… Mais uma vez, e espero que seja a última, vou falar sobre monitoração híbrida no stage.

Em uma palestra/bate papo tempos atrás, me perguntaram sobre o “absurdo” de utilizar in-ear, monitores e side no mesmo stage e, educadamente, respondi com a pergunta: “Se o seu rack de in-ears parar no meio do show, vc tem outro emprego em vista, não é???”… Está aí a grande primeira função de monitores híbridos… Na atual Tour do RPM eu tenho dois níveis de masters de monitores e sides, exatamente para uma situação emergencial, ou seja, parou o rack, plano B com faders das vias no zero, pois o show tem que continuar.

Agora, sobre conceber stages híbridos, eu sou completamente a favor. Na minha opinião, stages com amps no palco podem ter monitores e sides sim, fora o fato de existir alguém na gig que não use in-ears, o que já justifica a mistureba (consciente e com muito discernimento).

Mais uma vez vou me basear no stage do RPM, onde por exemplo, o Luiz Schiavon utiliza só um lado do phone, mixa seus teclados com sua própria mesa no seu sistema, e ainda tenho uma via estrategicamente atrás do seu set, com grooves eletrônicos, samplers e outros elementos mais pesados, o que alivia muito a mix dos phones. Funciona, ponto, não se discute!!! Essa via ainda nos dá uma boa soma com os amps no stage.

Gosto muito dos sides utilizados como subs nos stages que só utilizam ears… Está mais do que provado que essa concepção funciona muito bem, já que há muito tempo os PAs line só falam pra frente… Hahahahahaha. Cada estilo de música pede uma concepção muito específica de “tamanho do stage”. Masters de via existem pra isso, ou seja, se vc misturar caixas com phones, seja muito crítico no volume das mesmas!!!

Não se esqueçam que, dentro de um parâmetro aceitável, o gosto pessoal dos nossos artistas tem que ser respeitado e devemos colocar o nosso conhecimento para que ninguém fique de cara feia no palco e as palavras de ordem sejam “conforto on stage”.

No meu tempo de Charlie Brown Jr era proibido falar em phones, no Capital Inicial apenas um monitor fazia um plus na via do Flávio, e por aí vai… Srs., façam sua escolha.
Pra encerrar esse post curto e direto, ninguém é dono da verdade… Contanto que se projete um monitor com extremo discernimento, misturar as ferramentas e tecnologias pode ser muito produtivo.

Como se diz na aviação, “planeje seu voo e voe seu plano”!!!…

Boas mixes pra todo mundo aí… Até o próximo!!!

(Photo by Sandra Carrillo)