Aos meus mestres, com (muito) carinho!!!

Drummers Final

Sim, eu toco bateria!!!… Só que não… Hehehehe. Pense muito antes de dizer que acontece com um par de baquetas nas mãos. Nessa trajetória toda, como engenheiro, tenho uma dívida impagável com alguns caras, ou melhor, monstros dos tambores!!!… Talvez isso vire uma série, mas eu quero começar com os meus cinco maiores ídolos; Dudu Portes, Paulinho Braga, Luizão Rabello, Duda Neves & Robertinho Silva!!!

Vou começar com o Dudu… Lá no início de tudo, quando eu achava que tocava muita batera (leia-se 1978), lá estava eu frente a frente com o mestre. Fiquei muito orgulhoso quando ele me perguntou, lá no Estúdio Bandeirantes (do Claudinho Durante) se eu gostava de tocar de verdade!!!??? Lógico que respondi sim… Aí veio, não chamaria de balde de água fria, mas de bigorna dos desenhos do Pica-Pau: “então porque vc não aprende a afinar o instrumento moleque!!!”… Hahahaha. Que susto!!! Depois disso são anos de amizade e de toques sobre o mundo dos tambores, sua sonoridade, o que fazer no estúdio e no live, e principalmente nas suas viradas (as primeiras que eu ouvi, começando sem hora pra acabar no compasso seguinte) e na sua musicalidade frente aos grandes trabalhos que todos nós conhecemos… Thanks pelos esporros Sr. Portes!!! Te devo essa.

Luizão Rabello… Aí que medo!!! Só de ouvir que ele era o batera da sessão, lá no Vice-Versa já tremiam as pernas. Corre lá Farat, tirar o saco de areia do bumbo antes que o Luiz chegue… Esconde bem lá no armário do estúdio B!!!… Vi cenas dele subindo na técnica depois da tomada e perguntando que tinha tocado a bateria, porque aquele som não era dele… “Por favor, vamos gravar de novo porque agora eu quero me ouvir!!!”… É mole??? E suas levadas sem caixa??? E ao vivo??? A “workshop band” do Guilherme Arantes, por exemplo, com ele o Pedrão no baixo e o Ivo Carvalho na guitarra???!!!…

Estava um dia em casa quando toca o telefone… Era o Alberto Trigger do Rio, perguntando se poderia ia ao escritório dele (eu e o Hamilton Mica Griecco) para conversar sobre a Tour “Mãos” do Ivan Lins, que iria começar em dois meses, porque eu tinha sido indicado pela equipe do Milton Nascimento para o Monitor. É claro que eu fui, sem saber que iria conhecer e trabalhar com um dos maiores ícones dos tambores do País, Paulinho Braga. Um cara espetacular como pessoa e indescritível como batera!!! Na época que os in-ears eram uma coisa de sonho, o Paulinho foi o primeiro cara que me ajudou a trabalhar no stage com os mesmos efeitos e reverbs do disco, me mostrou que “menos é mais”, como sambear o Pop e, principalmente, que eu não tocava absolutamente nada!!!… Rssssss. Gratidão eterna!!!

Sir Duda Neves jamais poderia ficar de fora dessa lista dos meus primeiros mestres e eternos ídolos… A imagem de um dia eu chegar no estúdio e ver uma Sonor preta, com peles pretas, ferragem preta e pratos pretos foi clássica!!!… O Sr. Hi Hat. Me ensinou tudo e mais um pouco sobre gravar bateria, me obrigando a ficar um tempão ouvindo o instrumento sentado numa cadeira antes de levantar o primeiro fader… Suas viradas clássicas são ícones do instrumento até hoje. Ah… Coloque um gate na bateria do Duda pra ver uma coisa!!!… Thanks meu amigo, vc é o cara!!!

E deixei por último nesse post, meu amigo de voltas ao mundo com a gig do Milton Nascimento, do Txai aos Tambores de Minas; o grande Robertinho “Bob” Silva. O que eu vi esse cara ser idolatrado pelo planeta não foi brincadeira… Um monstro, do palco do Royal Albert Hall até uma barraquinha de vasos na praça de Istambul, em um maracatu de parar a praça. Lembro até hoje dos baixistas da Royal com um olho no maestro e outro no pé direito do Bob. Dono dos grooves mais incrívels que eu já ouvi saindo de um batera só… Sempre uma surpresa no stage (por exemplo, roto toms sem pele para se transformarem no maior conjunto de sinos que eu já mixei), o Robertinho foi um batera fundamental na minha formação como engenheiro e, de maneira incondicional, me incentivou a explorar novas sonoridades do instrumento e de qualquer outra coisa que possa ter um mínimo de efeito percussivo!!!

Enfim… Many thanks Mestres!!! Se não fosse por essa convivência e aprendizado, eu estaria comandando a “Armarinhos Farat” na Rua 25 de Março… Vcs são incríveis… Como diz o Dudú, “vamo batê lata”!!!

Abraços, e até o próximo!!!

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